Enviado dia 17/08/2022 às 11:11:55
O câncer é considerado metastático quando o tumor maligno sai da sua origem e se espalha, migrando para outra parte do corpo, por exemplo: deixa de ser restrito à mama, e se dissemina para os outros órgãos, podendo desenvolver no pulmão, fígado ou ossos. Nos últimos anos, os avanços científicos e tecnológicos vêm oferecendo novas perspectivas no enfrentamento do câncer de mama, sobretudo no câncer de mama metastático, proporcionando maior sobrevida e, principalmente, maior qualidade de vida para estas pacientes. A ampliação do arsenal terapêutico para tumores avançados e metastáticos no SUS e na saúde suplementar é essencial para que milhares de mulheres vivam mais e melhor. Muitos medicamentos surgem como terapias alvo-especificas ou “inteligentes”, que atingem somente as células tumorais do organismo, portanto, diminuindo consideravelmente os efeitos colaterais. Antigamente a sobrevida destas pacientes neste cenário girava em torno de 6 a 12 meses. Hoje em dia, muitas pacientes com metástases já convivem com a doença por mais de 10-15 anos com muita qualidade de vida. O progresso da ciência traz mais novidades e esperanças a cada dia, deixando a jornada menos pesada para quem convive com o câncer de mama. Muitas pacientes com metástases deixaram de encarar este cenário, como uma doença incurável e passaram a enfrentá-lo como uma doença crônica, semelhante as pacientes que apresentam, por exemplo, diabetes e hipertensão arterial, que tomam seus medicamentos diariamente. Sabemos que o câncer de mama não é uma doença única, mas sim uma doença complexa, apresentando diversos subtipos. Há tumores que apresentam receptores hormonais, denominados de Luminais que apresentam respostas extraordinárias com hormonioterapias e inibidores de ciclinas. Há pacientes que apresentam tumores denominados Triplo-Negativos, que podem se beneficiar enormemente com imunoterapia, cujo mecanismo de ação estimula o próprio sistema imunológico a criar defesas contra o câncer. Para este subtipo Triplo-Negativo, há também terapias que interferem com o sistema de reparo de DNA do câncer de mama, como, por exemplo, o medicamento Olaparibe. E neste ano de 2022, foi aprovado no Brasil o medicamento Trastuzamabe Deruxtecan para pacientes com câncer de mama metastático que expressam uma proteína chamada HER2. O Trastuzumabe Deruxtecan é uma verdadeira revolução no cenário do câncer de mama Her2-positivo refratário a terapias anti-HER2, pois este medicamento é composto por anticorpos conjugados a agentes citotóxicos dirigidos exclusivamente a células tumorais que expressam este marcador tumoral: a proteína HER-2. Portanto, muitas pacientes atualmente com câncer de mama metastático vivem suas vidas com muita qualidade de vida, com poucos efeitos colaterais consequente a tratamentos cada vez mais inovadores, podendo encarar este cenário tão delicado como uma doença crônica.