Enviado dia 20/08/2022 às 10:34:44
A detecção de câncer de mama em estágios iniciais está associada a maiores taxas de cura e melhor sobrevida, e também requer tratamentos menos mutilantes e com menos efeitos colaterais. Para agilizar o diagnóstico do câncer de mama, especialmente em mulheres mais jovens, uma equipe internacional de pesquisadores avaliou uma nova forma de triagem, por meio de um exame de sangue. No futuro, esta novidade pode revolucionar o tratamento oncológico, já que poderia detectar a presença do tumor mais precocemente, diminuindo a dependência da mamografia no rastreamento do câncer de mama. Publicado na revista científica Cancers, o estudo envolveu pesquisadores de diferentes países, como Reino Unido, Estados Unidos e Índia, visando detectar células tumorais circulantes (CTCs) no sangue através de uma amostra sanguínea. Oficialmente, o novo teste recebe o nome de Trucheck e detecta a presença de CTCs a partir de uma amostra de 5 ml de sangue. Este teste pode detectar CTCs de câncer de mama com alta precisão em todas as faixas etárias, em diferentes subtipos moleculares, subtipos histológicos e mesmo em estágios iniciais da doença. Apesar de necessitar novos estudos, esta tecnologia mostrou um horizonte promissor para detecção de inúmeros tipos de câncer como câncer de mama, pulmão, ovário e intestino com alta acurácia. Neste estudo foram comparadas 548 pacientes com câncer de mama com 9632 mulheres saudáveis. O teste conseguiu diagnosticar, em média, 92% dos cânceres de mama e não foram identificados falsos positivos, ou seja, casos em que o resultado dá positivo, mas o câncer não existe. Entretanto, a mamografia é atualmente ainda o melhor método para o diagnóstico precoce do câncer de mama, reduzindo em até 40% a mortalidade nos estudos publicados. As mulheres que não têm história familiar de câncer de mama devem realizar a mamografia de rastreamento anualmente acima dos 40 anos de idade. Já as pacientes que possuem história familiar de câncer de mama devem começar o rastreamento 10 anos antes do caso mais jovem, porém não antes dos 30 anos de idade. As pacientes com mutações genéticas conhecidas (as mais frequentes são as do gene BRCA1 e BRCA2) devem iniciar seu acompanhamento também aos 30 anos e deve-se associar a ressonância magnética das mamas aos exames de rastreamento.